04/05/2017

Noiva de Cristo - a mais bela comparação que é feita à Igreja

Segundo a Bíblia, a Igreja é a noiva de Cristo. Imagem: Reprodução.

     Ao longo da Bíblia, mais precisamente no Novo Testamento, algumas comparações são feitas à Igreja (o "I" é maiúsculo porque se refere a todos os cristãos, independente da vertente que sigam). Ela é vista como o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5: 13-14), ovelhas do Bom Pastor [que no caso é Jesus] (João: 10-11) e até comparada a um corpo humano onde Cristo é a cabeça (Romanos 12: 4-8, Efésios 4: 15-16). Entretanto, a figura do casamento é usada com frequência na Bíblia. Ela é usada em parábolas, conselhos, comparações e advertências que aparecem em passagens e contextos diferentes. 

O povo de Deus é comparado a uma noiva ao longo da Bíblia Sagrada. Imagem: Reprodução.

     Não são somente os cristãos do Novo Concerto que são comparados a uma noiva. Os crentes da Antiga Aliança também são comparados desta maneira, dentro dos seus respectivos contextos histórico e teológico. Deus criou a humanidade e escolheu a nação de Israel como o remanescente da humanidade que deveria ser salvo. Ainda com relação aos crentes da Antiga Aliança, quem era o esposo era Deus e quem era a noiva era o povo de Israel. A linguagem figurada de Ezequiel descreve o casamento de Israel com Deus:

"Passando eu por junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as abas do meu manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus; e passaste a ser minha. Então, te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. Também te vesti de roupas bordadas, e te calcei com couro da melhor qualidade, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça. Assim, foste ornada de ouro e prata; o teu vestido era de linho fino, de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, de mel e azeite; eras formosa em extremo e chegaste a ser rainha. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus". (Ezequiel 16:8-14)

      Nos versículos acima, que foram extraídos do livro de Ezequiel, o povo Israel é mostrado como uma mulher que estava abandonada na beira da estrada, sem roupa e passando por necessidades. Um homem (provavelmente um rei), que no caso é Deus, a viu abandonada e a levou consigo. Ele a vestiu com as melhores roupas, deu banho nela, a cobriu de pedras preciosas e ela chegou a ser rainha, cuja fama se estendeu às outras nações. Israel se tornou uma nação conhecida por causa da glória de Deus que estava no meio dela. E foi isso que possibilitou a abertura do Mar Vermelho e a morte dos soldados de Faraó (Êxodo 14: 15-31), que lançou as dez pragas sobre o Egito (Êxodo 7, 8, 9, 10, 12), que mandou maná e carne diretamente do céu (Êxodo 16), que derrubou as muralhas de Jericó (Josué 6) e que fez a rainha de Sabá ficar impressionada com a nação israelita quando visitou Jerusalém durante o reinado do rei Salomão (II Crônicas 9: 1-8). Todos estes feitos fizeram de Israel uma nação conhecida, não impressionando apenas a rainha de Sabá. 
      Entretanto, mesmo sendo uma nação próspera, Israel não foi fiel em seu pacto com Deus. A maioria dos israelitas adoraram outros deuses, passaram a não viver segundo os mandamentos divinos e não mais obedeceram as ordens de Deus. Este fato é narrado nas Escrituras ao longo dos livros do Antigo Testamento e até por meio de uma linguagem figurada, onde Israel não mais é uma noiva, mas sim uma prostituta: aquela que foi infiel ao noivo, o traindo com outros homens, ou melhor - deuses. Esta mesma linguagem figurada aparece no livro do profeta Oséias (1.2), onde Deus manda o profeta se casar com uma prostituta a fim de mostrar ao Seu mensageiro a infidelidade de Israel. Com este ato, Oséias sentiria o que Deus sentia quando Israel passou a se afastar Dele. Israel rejeitou o plano divino de salvação da humanidade oferecido por Deus. Com isso, os gentios (aqueles que não são judeus) foram incluídos neste plano. Desta forma, o plano divino de salvação para a humanidade se estende para todos os povos e nações. É neste momento que Jesus entra em cena.

Ilustração mostrando como será as Bodas do Cordeiro. Será um evento grandioso e nenhuma mente humana consegue imaginar a grandiosidade deste evento. Imagem: Reprodução. 

      Os judeus rejeitaram o plano divino da salvação (é importante frisar que judeu e israelita não são a mesma coisa) e, com isso, pessoas de outros povos e nações são incluídos neste plano. Jesus vem ao mundo para salvar a humanidade, morrendo por ela. Ele levou sobre Si as enfermidades e os pecados da humanidade (Isaías 53: 4-5). Depois de Sua morte, o sacrifício onde um cordeiro era morto para a expiação de pecados se tornou desnecessário. É por isso que Jesus é chamado de cordeiro em muitas passagens da Bíblia e é por isso também que o casamento de Jesus com a Igreja, como será mostrado mais a frente, é chamado de as Bodas do Cordeiro. No Novo Testamento (ou Nova Aliança, categoria que também é aplicada aos cristãos da atualidade), a linguagem figurada de um casamento entre um homem e a mulher aparecem, mas as pessoas são outras. O noivo agora não é Deus, mas sim Seu filho Jesus e a noiva não mais é Israel, mas sim a Igreja. As alusões a uma noiva ou ao casamento são comuns no Novo Testamento. Ela aparece por meio de parábola (Mateus 25: 1-13), por meio de resposta (Mateus 9: 14-15) ou por meio de conselhos domésticos (Efésios 5: 25) por exemplo.
      Jesus morreu crucificado, ressuscitou ao terceiro dia, ascendeu aos céus e disse que voltaria para levar Sua noiva para o céu. Ninguém fica noivo para sempre. Uma hora o casamento tem que acontecer. Jesus subiu as céus, mas disse que voltaria para buscar a sua Igreja. Ele não disse quando voltaria, até porque nem Ele sabe o dia exato, somente Deus (Mateus 24: 36). Entretanto, Ele recomendou aos crentes a permanecerem firmes e vigilantes, dizendo quais sinais antecederiam a Sua volta. Apostasia, propagação de falsas doutrinas, proliferação de falsos cristãos, perseguição aos cristãos, maior propagação do Evangelho, desmoralização generalizada da sociedade, sinais desconhecidos nos céus, guerras, rumores de guerra,  fomes, pestes e terremotos são alguns dos sinais da volta de Cristo. Após todos estes sinais, Jesus virá em dia e hora não revelados e de surpresa, uma volta "à francesa". Os cristãos arrebatados terão seus corpos revestidos de incorruptibilidade e imortalidade (I Coríntios 15: 53-55) e encontrarão Jesus nas nuvens (I Tessalonicenses 4: 16-17). Após isso, haverá o Tribunal de Cristo e os cristãos receberão galardões de acordo com suas obras. Destaque para um fato: o Tribunal de Cristo não é um tribunal para condenar ninguém. É um tribunal para recompensar as pessoas de acordo com suas obras. Aqueles que vão para este tribunal já irão com a causa ganha, eles só irão receber a recompensa. Até porque só vai ser arrebatado quem for cristão. Quem não for não vai nem passar por isso. Após todos estes acontecimentos ocorrerá enfim as Bodas do Cordeiro, o casamento entre Jesus (o noivo) e a Igreja (a noiva). Como já dito, Jesus é chamado algumas vezes de cordeiro porque durante a Páscoa Ele morreu pela humanidade, levando sobre Si as maldições e enfermidades da mesma. Após isso, o sacrifício de um cordeiro para a expiação de pecados se tornou desnecessário porque Jesus fez isso por definitivo, se oferecendo voluntariamente como um cordeiro.

O casamento da Princesa Diana (1961 - 1997) com o Príncipe Charles é considerado o casamento do século. As Bodas do Cordeiro será um evento muito  mais impactante que este e sem igual na história da humanidade. Imagem: Reprodução. 

      As Bodas do Cordeiro será o maior evento matrimonial do universo e os ditos "casamentos do século" serão "fichinhas" perto deste. A Princesa Diana (1961-1997) e o Príncipe Charles se casaram em 1982. A união dos jovens príncipes foi o primeiro casamento real a ser transmitido em tempo real na televisão. Cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo assistiram a cerimônia pela TV. Monarcas de todo o mundo foram convidados para a cerimônia e milhares de pessoas foram às ruas de Londres para acompanhar o casamento. O vestido de noiva da princesa foi um espetáculo à parte. Composto de mangas bufantes, saia rodada e uma calda que media cerca de sete metros de comprimento, o modelo foi copiado por noivas de todo o mundo. Na cabeça, a falecida princesa usou uma tiara coberta de pedras preciosas e um véu que tinha mais ou menos o mesmo tamanho da cauda do vestido. Já os sapatos que a princesa usou em seu grande dia eram enfeitados por pérolas. Mesmo tendo passado pouco mais de três décadas, este casamento ainda é lembrado por muitos. As Bodas do Cordeiro será superior a este casamento, tamanha a sua magnitude. Jesus já tinha previsto este acontecimento: "E eu vos destino o Reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino" (Lucas 22: 29-30). Já em Apocalipse, João registrou o seguinte: "Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." (Apocalipse 19:7-9). João também registrou o seguinte: "Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles." (Apocalipse 21:2-3).
      Participarão das Bodas do Cordeiro os cristãos arrebatados, aqueles que ressuscitaram momentos antes do arrebatamento, cristãos de todo o mundo, de épocas, idades e culturas diferentes. Os crentes da Antiga Aliança também participarão deste evento solene, onde Jesus apresentará Sua noiva (agora esposa) a Deus em uma solenidade jamais imaginada por qualquer pessoa na história do universo. Será um evento onde o próprio Jesus servirá Sua amada (Lucas 12: 37). As Bodas do Cordeiro será uma festa onde também estarão presente anjos, arcanjos, querubins, serafins, os quatros seres viventes (leão, boi, águia e homem. Eles são citados pelo profeta Ezequiel) e os vinte e quatro anciãos (que são citados em Apocalipse). 
      Não será arrebatado e consequentemente não participará das Bodas do Cordeiro aqueles cristãos que não estiverem vivendo de acordo com os padrões bíblicos. Para participar das Bodas do Cordeiro, a Igreja (noiva) tem que se encontrar “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:27), ou seja: sem pecado. 

Conclusão

      A metáfora do casamento, onde a Igreja é colocada como noiva de Cristo, é a mais bela metáfora de toda a Bíblia. Esta figura de linguagem se torna ainda mais bela quando se percebe que não é meramente uma história de amor. Minto. É uma história de amor, sim. Uma história de amor onde Deus, manifestando a mais profunda prova do mesmo, criou a humanidade (sabendo de tudo o que ela iria fazer) e, em uma prova de amor ainda mais profunda, entregou Seu único filho para morrer por ela. A diferença entre este fato e um outro romance qualquer é um amor profundo e sem igual, onde a redenção da humanidade é a questão central. 

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