08/03/2018

Maranhão: uma ilha em meio ao mar do conservadorismo e retrocesso

Flávio Dino é o atual governador do estado do Maranhão. Ele é filiado ao PC do B (Partido Comunista do Brasil). Imagem: Reprodução.

     O Brasil está vivendo um período de retrocessos nunca visto na história, é "7 x 1 o tempo todo", como dizem alguns brasileiros diante deste cenário. O "7 x 1" é uma referência a goleada que o Brasil sofreu da Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Entretanto, um estado brasileiro parece ser a exceção em meio a tudo isso: o Maranhão.
    Desde o golpe parlamentar/midiático/judiciário de 2016 que o Brasil vive uma série de retrocessos. É a Reforma da Previdência daqui, é PEC do fim do mundo dali, é a aprovação da Reforma da Previdência daqui e a Reforma do Ensino Médio de lá. E estes são apenas os retrocessos a nível nacional. Se for falar das cidades e estados, a lista é ainda maior. Além disso, o preconceito contra mulheres, negros e LGBTs tem mostrado a sua face mais descarada, as pessoas perderam o pudor e vomitam seus preconceitos sem constrangimento algum. Os pobres têm sofrido de norte a sul do país.

José Sarney. Imagem: Reprodução. 

     O Maranhão é um estado do nordeste brasileiro que na prática é uma capitania hereditária cujos proprietários é a família Sarney, que tem por patriarca o ex-senador e ex-Presidente da República José Sarney. A família em questão tem no Maranhão emissora de TV, rádio, ruas, escolas e hospitais cujos nomes são de algum membro da família Sarney. Fazer tal coisa é contra lei, pois só se pode batizar ruas, avenidas, hospitais, praças e lugares público em geral com o nome de pessoas que já faleceram. Aliás, vários estados da região nordeste do país são na prática verdadeiras capitanias hereditárias. Mas o fato é que em 2014 esta oligarquia chegou ao fim, ainda que de maneira simbólica. Isso aconteceu quando Flávio Dino (PC do B), uma pessoa que não é membro e/ou tem o apoio da família Sarney, venceu as eleições e se tornou o novo governador do estado do Maranhão.
     Desde que assumiu o governo do Maranhão, Flávio Dino tem tomado medidas que visam beneficiar a população, em especial os mais pobres. Em 2015, Flávio cria o imposto sobre grandes fortunas no estado do Maranhão (já falei sobre isso aqui), uma medida aprovada em muitos países e que ajuda a reduzir a desigualdade social. Neste mesmo ano, o governo do Maranhão transformou a Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA) em Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), assumindo uma estrutura semelhante aos Institutos Federais de educação. Foram construídas 7 unidades nas cidades de Axixá, Bacabeira, Coroatá, Pindaré-Mirim, São José de Ribamar, a capital São Luís e Timon. Já em 2016, o governo do Maranhão cria a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) com o objetivo de garantir o maior acesso à universidade pública da rede estadual pelos habitantes dos 22 municípios da região tocantina, além de atender ao programa de regionalização das universidades. Destaque também para a criação do Programa Cidadão do Mundo, criado pelo governo do Maranhão em 2015. O objetivo de tal programa é dar a possibilidade aos jovens maranhenses estudantes de escolas públicas, vindos de escolas públicas e estudantes de instituições de ensino superior público de estudarem fora do Brasil. Os beneficiados usam a nota do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) para receberem bolsas para estudarem línguas estrangeiras no exterior. As medidas de Flávio Dino para melhorar o ensino público no Maranhão são muitas e eu não posso deixar de citar o novo piso salarial dos professores do estado. O novo piso foi anunciado no início de março, que de agora em diante é de R$ 5.750,00 para o professor que trabalha 40 horas semanais. É o maior piso salarial da categoria docente no Brasil. A nível de curiosidade, nos demais estados, o piso salarial do professor é de R$ 2.455,00.

Plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). Imagem: JR Lisboa/Agência AL. 

     Nos últimos tempos o Judiciário brasileiro tem sido alvo de duras críticas por conta de juízes receberam um alto valor do auxílio-moradia, quando na verdade a grande maioria dos mesmos não precisam de tal benefício. Foi neste contexto que a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou por unanimidade o fim do auxílio-moradia para deputados estaduais maranhenses. O auxílio era de R$ 2.850,00.

Conclusão

      Em meio a tantos retrocessos que o Brasil vem sofrendo, o Maranhão acaba sendo sendo uma exceção por conta das medias de Flávio Dino em prol dos mais pobres. Flávio com certeza não é um governador perfeito e o estado do Maranhão não é nenhum paraíso, mas com certeza a situação no estado em questão é melhor do que nos demais estados do país. 

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